Os jardins de Florença e da Toscana: o jardim de Boboli |
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A Toscana possui um extraordinário número de vilas (elegantes casas de campo com extensa área verde) e jardins históricos. Desde o século XV, os imponentes jardins e áreas verdes dos palácios renascentistas e das ricas residências de campo pertencentes às nobres famílias de Florença, fazem parte de um percurso único e muitas vezes pouco conhecido. Para visitar todos os jardins e vilas presentes no território toscano é necessário um pouco mais de tempo, entretanto é possível visitar em Florença um dos jardins all’italiana mais importantes do mundo: o Jardim de Boboli, um verdadeiro parque inserido dentro do centro histórico de Florença, no Palácio Pitti, antiga residência das três dinastias que governaram Florença: os Médici, os Lorena e os Sabóia.
Segundo a história, Cione di Bonaccorso Pitti foi quem na primeira metade do século XIV compra uma propriedade formada por áreas verdes próximas a Igreja de Santa Felicità, possivelmente pertencentes à família Borgolo, e daí talvez a origem do nome de Jardim de Boboli. O primeiro núcleo do palácio foi construído por Luca Pitti no século XV com projeto atribuído a Brunelleschi ou a Fancelli, permanecendo assim o nome do palácio de Palazzo Pitti. O jardim de Boboli é um modelo de jardim-museu que nasce para receber coleções antigas e modernas de estátuas e é caracterizado por ser predominantemente verde, com espaços divididos geometricamente por meio de filas de árvores e arbustos bem podados, espelhos de água muitas vezes adornados com elementos arquitetônicos como fontes, estátuas e esculturas. Ele se divide em dois eixos principais: o primeiro localizado na parte posterior do palácio Pitti, que é a parte mais antiga do jardim, e o segundo datado da primeira metade do século XVII. A construção do jardim pertencente à família Médici tem início com a compra do Palácio por parte de Eleonora de Toledo, esposa de Cosimo I dos Médici em 1549. Nesta época, a residência possuía um jardim de pequenas dimensões e o novo projeto realizado por Niccolò Pericoli, também conhecido por Tribolo, compõe um eixo prospectivo partindo da entrada do palácio até a colina atrás da edificação. Ali, ele construiu um belíssimo anfiteatro verde que, no século XVII, se transformars em um anfiteatro construído com pequenas edículas e estátuas.
No ponto mais alto do eixo que atravessa o anfiteatro, após passarmos pela belíssima Vasca del Forcone, encontramos a estátua da Abbondanza, e mais acima, um anexo ao jardim que constitui um dos museus do complexo: o museu da Porcelana, inserido em um jardim barroco. É possível visitar o museu com o mesmo bilhete de acesso ao jardim de Boboli.
Depois de um período de abandono, o grão-ducado dos Asburgos de Lorena retomou em 1765 as obras no jardim com a construção do Kaffehaus (1775), entre outras melhorias e anexos.
O segundo eixo do jardim que vai em direção à Porta Romana (saída sul da cidade de Florença) foi construído no século XVII ao longo da via de ciprestes (Viottolone dei cipressi), que termina na grande “Vasca dell’isola” com um magnífico jardim barroco adornado com vasos e estátuas. Um passeio completo pelo jardim pode durar mais de 4 horas e normalmente, é dividido em dois percursos, um primeiro que segue o eixo atrás do palácio desde o pátio interno até a Gruta de Buontalenti e o segundo que segue as construções e elementos artísticos ao longo da via dos ciprestes ate alcançar o chamado Prato delle Colonne (porção final do jardim próximo à Porta Romana, externa ao jardim).
Este texto é uma contribuição de Luciana Masiero, Guia Oficial de Turismo em Florença e na Toscana. Luciana oferece desconto especial em seus serviços de guia de turismo para os associados da Acibra-MG.
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Depois de um período de abandono o grão-ducado dos Asburgos de Lorena retoma em 1765 as obras no jardim com a construção do Kaffehaus (1775) entre outras melhorias e anexos.
Na parte inferior a esquerda do Palácio, encontramos a Gruta de Buontalenti, uma verdadeira obra-prima da cultura maneirista e representa uma mistura singular de arquitetura, pintura e escultura.
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